A inserção nos grupos sociais

Até aqui já trabalhamos com a importância da socialização para nossa formação como seres humanos completos, já trabalhamos com o papel das instituições sociais, família, escola nesse processo, além disso, também falamos de como se dá a interação social através das ideias do sociólogo alemão George Simmel e do norte-americano Talcott Parsons, além disso, conhecemos o conceito de campo e ator social em Bourdieu.

Hoje vamos trabalhar com a habilidade distinguir a inserção nos diversos grupos sociais de origem e convivência cotidiana, que já trabalhamos quando falamos do papel da família e das instituições sociais, você se lembra? Dissemos que o ser humano não chega a ser completo, se não conviver com outros homens, demos o exemplo de crianças que foram criadas pelos animais e não conseguiram se desenvolver totalmente.

Agora vamos avançar quanto a inserção nossa em grupos de amigos, grupos sociais e já dissemos que a sociedade espera de nós um determinado comportamento, pois se não agimos como aquilo que ela espera de nós acabamos de alguma forma sermos punidos, seja nos temos da lei, seja porque as pessoas se afastam de nós, um exemplo, para que isso fique mais claro:

Mariana Lins (nome fictício) gosta de sair com vestidos muito curtos, logo todos passam a criticá-la, inclusive muitos rapazes, já que seu comportamento soa vulgar e alguns se afastam dela, isso ocorre na vida real, uma vez não é um comportamento considerado normal ou socialmente aceito, especialmente em alguns ambientes, logo, o padrão de vestimenta é uma regra social compartilhada pela maioria dos membros da sociedade e aquele que o transgride será munido de alguma forma, punição que na sociologia é chamada de coerção social.

Lembra que Durkheim acredita que a sociedade funciona como um grande corpo, isto é, como um corpo humano, onde cada membro cumpre uma função (por isso suas ideias são conhecidas como funcionalismo). 

Imagine se uma parte do corpo não está bem, por exemplo, se eu estou com dor de cabeça, todo meu corpo sofre a influência, seja na concentração, seja num mal estar, logo, Durkheim acreditava que deveria haver harmonia, cada membro deferia cumprir sua função e ele compara este corpo a sociedade, onde cada indivíduo, grupo ou instituição social devem ter harmonia, se não há harmonia  é uma sociedade doente é como um corpo doente, o que ele chama de anomia, isto é, uma doença social que ocorre quando uma parte da sociedade não compre seu papel criando desarmonia.
Dentro desta visão há pouco espaço para aquele que não age dentro das regras sociais.

No entanto, existem grupos de pessoas que transgridem estas regras, por que elas o fazem? Como elas conseguem suportar a pressão social exercida pela maioria da sociedade.

Para responder esta pergunta vamos conhecer as ideias dos sociólogos da Escola de Chicago. 
A Escola de Chicago surge no inicio do século XX, se diferencia da visão que até então era vigente dentro da sociologia, pois os sociólogos anteriores sempre se preocupavam em entender os grandes temas que abarcassem toda a sociedade, enquanto os sociólogos da Escola de Chicago buscavam estudar pequenos grupos, isto é, comportamentos específicos dos grupos sociais. 

A Escola de Chicago é um grupo de sociólogos formados pela Universidade de Chicago no inicio do século XX várias cidades norte-americanas sofrem um surto de industrialização, dentre elas Chicago, podemos destacar como resultado desse processo de industrialização temos o aumento da população e aumento da criminalidade.


Alguns destes sociólogos como Willin Footwhyte se preocuparam em compreender os grupos periféricos, isto é, como se comportavam as pessoas da "quebrada" que eram considerados como estranhas pelo restante da sociedade.

No livro sociedade de esquina, ao qual deixo o link de uma resenha para os curiosos que querem conhecer mais, Footwhyte durante dois anos convive numa vila distante da cidade de Chicago, conhecida como reduto de gangsters. 

Link da resenha do livro


Outro autor importante foi William Isaak Thomas escreveu junto com Florian Znaniecki um livro sobre o comportamento de poloneses que migravam para os Estados Unidos.

Porém o autor da Escola de Chicago que daremos ênfase é Howard Becker que escreveu um livro sobre aqueles que tem um comportamento desviante.

Seu livro chamado "outsiders" vem da união de duas palavras em inglês. A primeira "out" que significa fora e a palavra side que significa lado, além da terminação "er" que designa aquela pessoa que, logo ao pé da letra significa aquele que está do lado de fora, mas a palavra realmente significa um desviante, isto é, aquela pessoa que não cumpre as regras sociais.



Click no link para ver o resumo do livro

Becker escreve seu livro visitando e observando clubes de jazz, local conhecido na época por serem frequentados por desviantes.

Howard Becker diz que as regras sociais são criadas por grupos que detém muito poder, logo estes grupos tem o poder de impor seu comportamento social, mas quando uma determinada pessoa se recusa a seguir estes padrões, ela é considerada um desviante.

Mas como estes indivíduos que são desprezadas pela sociedade majoritária conseguem se identificar na sociedade? Becker diz que estas pessoas formam novos grupos, isto é, esta pessoa se fecha num gupo onde é aceito seu comportamento criando novas relações sociais, por exemplo, a maioria da sociedade são considerados bizarros e estranhos, no entanto, dentre os membros do mesmo grupo estas indivíduos são aceitos, criando assim um ambiente se convivência. 

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